quarta-feira, 21 de novembro de 2007

hora de crescer

ontem finalmente pude abordar minha relação com ele na terapia. todas as minhas neuroses se maximizam no contato romântico com o outro. depois de escutar o que eu dizia e de me mostrar como meu corpo inteiro buscava fugir do que havia à minha direita, ricardo me propôs algo prático. que eu fechasse meus olhos e sentisse o que dizia meu braço direito, e logo o esquerdo. embora em meu discurso anseie pela liberdade, meu corpo se apavora e foge dela, minha memória me ata à segurança de hábitos que já não me preenchem. o braço e a mão direitos eram pombas brancas voando, eram animais de origami balançando numa brisa leve, eram pulsação de vida, comunhão com o todo, completude. já o lado esquerdo: morte, dormência, madeira apodrecida que se deixa levar pelo movimento das ondas, mãos que esmagam as pombas, que ateiam fogo aos origamis. a leveza da masculinidade parece ser o meu caminho. é chegada a hora de crescer. e isso significa abandonar a proteção superegóica materna.

Um comentário:

José disse...

A tí, lo que te hace falta es un poco de España